Estrada
Meus olhos pavimentavam o asfalto
Com sonhos de veranico
Fazendo flutuar desejos
Estacionados na ardente alma resignada
Beijando a velocidade do vento no rosto
E sem gosto de umidade na secura de setembro
Suei meus versos na névoa flamejante
Oriunda do fogo cerrado
No cerrado dessa terra goiana
Não era do motor o ronco do meu carro
Era da poesia em combustão
Morrendo queimada
Sem que as lágrimas ainda salgadas
Pudessem conter o incêndio
Nessa estrada de viver